sábado, 17 de março de 2007

Que segurança?

Quando se abordou na sociedade portuguesa a questão dos fechos das maternidades, o primeiro argumento que apareceu foi a questão da segurança no momento de parir.
Decorridos já um ano após a tomada desta decisão verificamos que afinal tanto não houve o cenário dantesco que muitos queriam que acontecesse como até que a transição para um novo modelo se fez de forma tranquila.
Mas afinal que segurança é essa que se enaltece quando se fala do parto hospitalar? é muito simples e segundo os dados disponíveis verifica-se que a possibilidade de se ter num parto hospitalar um parto distócico é de cerca de 60%. Um parto distócico é todo aquele em que há participação activa da mão humana no próprio desenrolar do parto e estamos a falar de ventosas, forceps e cesariana.
Isto é em cada 100 mulheres só apenas cerca de 40 é que terão a possibilidade de ter um parto vaginal e aqui ainda não vamos questionar o facto da episiotomia. Claro que razões há muitas e que teremos oportunidade para poder escamutiar algumas mas ficará para uma nova oportunidade.
Em comparação com o parto domiciliar e o parto em casa de parto onde existe o humanismo na base da assistência, verifica-se que é apenas 2 a 4% é que podem ter uma situação de parto distócico. O que quer dizer que em cada 100 mulheres que opte por parir em casa ou numa casa de parto existe a probabilidade de apenas 2 a 4 poderem ter uma situação anómala.
Claro que a pergunta se impões. Afinal que segurança é esta, aquela que é apregoada para o parto hospitalar?
Claro que causas há muitas que conduzem a esta situação e que iremos descascar durante estes encontros. deixemos apenas alguma pontas no ar: induções atrasadissimas e sem condições usando uterótonicos potentes ou amadurecedores do colo uterino ou cervix, estimulações do trabalho de parto agressivas, epidural, desconhecimento da fisiologia do nascimento e a pressa em tudo.
Teremos tempo de abordar cada uma delas com a sua devida atenção. Para já ficamos por aqui e só queria mais uma vez deixar no ar para que reflitam de facto sobre os números apresentados e que resultam das mais recentes pesquisas.

domingo, 11 de março de 2007

onde encontrar um técnico para ajudar no parto em casa?

Sei que já aqui não venho dar sinal há algum tempo, mas tal deve-se, e como eu já disse anteriormente, a uma agenda pessoal por vezes nada facilitadora.
Esta minha vinda hoje prende-se com uma pergunta colocada durante os dias que antecederam. Se eu quiser ter um parto em casa como encontrar e contactar um técnico obstetra, credenciado e pronto a vir dar a colaboração e ajuda no meu parto domiciliar?
Como é óbvio a resposta não pode vir assim objectiva nas páginas deste cantinho, mas vou dar uma pista. Mande um email para a caixa: bem.nascer@gmail.com , exponha o seu pensamento e desejo e é garantida uma resposta que se tentará que vá de encontro às suas expectativas.
O tempo hoje não dá para mais e assim me despeço, ficando a garantia de mais promenores técnicos sobre esta temática.

segunda-feira, 5 de março de 2007

A harmonia

O que mais tem aterrorizado todos aqueles que pensam e reflectem sobre o parto em casa é, no fundo, e sempre subjacente a postulados cravados no inconsciente, a questão da segurança técnica e o suporte técnico ao nascimento.
Sabe-se hoje que é tão ou mais seguro nascer no domicilio que em unidades hospitalares altamente apetrechadas técnicamente, na exacta medida que estas permitem maiores e mais evasivos intervencionismos no nascimento que normalmente levam quer a mãe quer a criança para terrenos muito perigosos e daí as altas taxas de cesarianas e de partos distócicos, forceps e ventosas. Mas isto ficará para reflexões futuras.
Gostava ainda de concluir a minha anterior reflexão no sentido de que o parto domiciliar:
- permite a deambulação (caminhar), variar posições, tomar banhos relaxantes e escolher ambientes mais favoráveis para o trabalho de parto e parto assim como permite a ingesta de bebibas.
- Assume-se que cada mulher é diferente de todas as outras e, por isso, respeita os respectivos tempos naturais do trabalho de parto e parto.
- Permite um acompanhamento priviligiado e pessoal quer do ponto de vista da inclusão de pessoas significativas para a parturiente, como o caso do companheiro, mãe, amiga etc, quer do ponto de vista técnico com a permanência que vem da vigilância da gravidez de um técnico obstetra que está presente no trabalho de parto e parto e que depois se desloca a casa para fazer o puerpério imediato. Ainda pode permitir, se for do interesse da parturiente do acompanhamento de uma doula.
Vai haver espaço e tempo para a inclusão de reflexões sobre abordagens psicológicas, sensoriais, pessoais e sócio-culturais, por isso caminhemos paulatinamente por este infinito de emoções.

domingo, 4 de março de 2007

sabia que!

SABIA QUE:
- A Organização Mundial de Saúde designa por tempo de gravidez, a gestação que decorre até às 42 semanas.
- Um Trabalho de Parto natural sem recurso a induções, conduz normalmente a um parto natural e sem complicações.
- O Trabalho de Parto no Hospital/Maternidade condiciona quase sempre o estado de espírito da parturiente, condicionando por sua vez o desenvolvimento do próprio Trabalho de Parto.
- No Trabalho de Parto num Hospital/Maternidade a parturiente normalmente permanece todo o tempo deitada, inibida nos seus movimentos e é-lhe restringido o número de acompanhantes.
- No Trabalho de Parto num Hospital/Maternidade há procedimentos rotineiros e desumanizados.
- Um Trabalho de Parto induzido provoca dores alucinantes e consequentemente um mal-estar e descontrole materno durante todo o Trabalho de Parto e Parto
- A epidural é muitas vezes solicitada para anular os efeitos dolorosos provocados pelas induções do Trabalho de Parto.
- A epidural não é uma técnica isenta de riscos e complicações.
- A epidural está associada com o aumento de partos distócicos (ventosas e fórceps) devido ao bloqueio sensorial que provoca e consequentemente inibe a parturiente a colaborar no período expulsivo.
- A aplicação dos Fórceps e Ventosas podem ter consequências maternas e do Recém-Nascido quer a curto quer a longo prazo.
- Um Trabalho de Parto no domicílio pode ter a companhia e a colaboração de toda a sua família (se for esta a sua opção) e é seguida por especialistas obstetras (enfermeiros e médicos) e Doulas para conferir segurança e vigilância adequada do Trabalho de Parto.
- Um acompanhamento domiciliar do Trabalho de Parto, normalmente conduz a um Trabalho de Parto mais rápido, sem complicações e rodeado de pessoas íntimas da parturiente.
- Um Trabalho de Parto domiciliar evita na maior parte das vezes procedimentos hospitalares desnecessários.
- Um Trabalho de Parto domiciliar é normalmente um Trabalho de Parto muito mais tranquilo.
São as ideias da segurança hospitalar, tornando a mulher um ser incapaz e incompetente, que a reduziram a mais um orgãozinho que se pode curar, recuperar e plastificar com base a medicamentos e procedimentos médicos, altamente técnicos, complexos e com muitas possibilidades de erros e complicações

as dificuldades

Quando iniciei este projecto, tinha em mente, diáriamente, trazer a quem se interessa por isto considerações várias e variadas, claro sobre o tema que este espaço encerra. Mas depressa verifiquei que a variável mais finita que existe, o tempo, na directa razão da disponibilidades, torna assim quase inviável esta cadência. Contudo pretendo tornar ainda assim uma espaço regular, quer do ponto de vista de expressão de ideias, quer da partilha com as vossas ideias.