segunda-feira, 5 de março de 2007

A harmonia

O que mais tem aterrorizado todos aqueles que pensam e reflectem sobre o parto em casa é, no fundo, e sempre subjacente a postulados cravados no inconsciente, a questão da segurança técnica e o suporte técnico ao nascimento.
Sabe-se hoje que é tão ou mais seguro nascer no domicilio que em unidades hospitalares altamente apetrechadas técnicamente, na exacta medida que estas permitem maiores e mais evasivos intervencionismos no nascimento que normalmente levam quer a mãe quer a criança para terrenos muito perigosos e daí as altas taxas de cesarianas e de partos distócicos, forceps e ventosas. Mas isto ficará para reflexões futuras.
Gostava ainda de concluir a minha anterior reflexão no sentido de que o parto domiciliar:
- permite a deambulação (caminhar), variar posições, tomar banhos relaxantes e escolher ambientes mais favoráveis para o trabalho de parto e parto assim como permite a ingesta de bebibas.
- Assume-se que cada mulher é diferente de todas as outras e, por isso, respeita os respectivos tempos naturais do trabalho de parto e parto.
- Permite um acompanhamento priviligiado e pessoal quer do ponto de vista da inclusão de pessoas significativas para a parturiente, como o caso do companheiro, mãe, amiga etc, quer do ponto de vista técnico com a permanência que vem da vigilância da gravidez de um técnico obstetra que está presente no trabalho de parto e parto e que depois se desloca a casa para fazer o puerpério imediato. Ainda pode permitir, se for do interesse da parturiente do acompanhamento de uma doula.
Vai haver espaço e tempo para a inclusão de reflexões sobre abordagens psicológicas, sensoriais, pessoais e sócio-culturais, por isso caminhemos paulatinamente por este infinito de emoções.

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